sexta-feira, 26 de abril de 2013

SSN Classe Barracuda - O futuro da Marinha Francesa

A França está entre as nações com maior poderio bélico do planeta. Em defesa de seus interesses estratégicos a França conta com forças armadas completas com todos os tipos de sistemas de armas, incluindo submarinos de propulsão nuclear desenvolvidos com tecnologia local para manter sua independência nessa área critica.

Atualmente a marinha francesa conta com 4 submarinos nucleares de ataque da classe Rubis e 2 da classe Amethyst, de projeto mais recente, tendo entrado em serviço em entre 1992 e 1993. Essas 2 classes de submarinos serão substituídos por uma única nova classe de submarino batizado de Barracuda, que será construído no estaleiro DCNS Cherbourg.
Vale ressaltar aqui que submarinos de ataque com propulsão nuclear têm como principal missão destruir submarinos inimigos, principalmente os que sejam armados com mísseis balísticos. Assim o Barracuda será, essencialmente, um caçador anti-submarino, porém com capacidade de atacar alvos de superfície, tanto naval como alvos em terra. O submarino da classe Barracuda primeiro ainda é esperado para entrar em serviço em 2017, com os outros 4 seguindo a cada dois anos (2019, 2021, 2023, 2025) e, em seguida, o barco sexto e último deverá ser encomendado em 2026-2027.
O Barracuda usa tecnologia desenvolvida nos projetos do Lê Triomphant e no moderno submarino diesel elétrico Scorpene. Seu desenho lembra o de um Scorpene, porém de maiores dimensões. Na verdade o Barracuda desloca 70% mais peso que seu antecessor da classe Amethyste. Outra interessante característica do Barracuda é a capacidade dele transportar, além dos seus 60 tripulantes, mais 15 soldados totalmente equipados para missões de operações especiais e comando.
A França continuará a manter seus investimentos em desenvolvimento de submarinos avançados, pois a sua política de defesa estratégica tem nesses sistemas de armas seu principal elemento dissuador.

Propulsão
O Barracuda será propulsado por um reator nuclear derivado no modelo K-15 usado no submarino estratégico Lê Triomphant e no porta-aviões Charles de Gaulle. A potência desse novo reator será na casa dos 40000 hp. A hélice usada para impulsionar o submarino será substituída pelo sistema de jato de água que permite uma navegação mais silenciosa. Este sistema já é usado, atualmente, pelo submarino Lê Triomphant e levará o Barracuda a uma velocidade máxima de 25 nós (46 km/h) quando submerso ou 14 nós (26 km/h) na superfície. O combustível nuclear do Barracuda precisa ser reabastecido a cada 10 anos enquanto que o submarino tem comida para mantê-la a tripulação de 60 homens por 50 dias. A profundidade máxima que o Barracuda poderá descer será de 350 m.

Armamento
O Barracuda será armado com 4 tubos de torpedos pesados de 533 mm preparados para operar o torpedo Black Shark desenvolvido pela DCN e pela WASS italiana. O Black Shark é movido por um motor elétrico que permite uma velocidade máxima de 50 nos (92 km/h) e um alcance maximo de 50 km. O Black Shark é guiado por um avançado sonar ativo/ passivo com capacidade multialvos e com grande resistência a contramedidas torpédicas (iscas). Essas características fazem do Black Shark um dos melhores torpedos ocidentais atualmente. O Barracuda será equipado com mísseis convencionais. Um destes mísseis é o MBDA SM-39 Exocet. Este é a versão lançada de submarino deste que é o mais popular míssil anti navio do mundo, graças a seu sucesso na guerra das Malvinas. O SM-39 tem um alcance de 50 km e usa uma ogiva de 165 Kg que é detonada por aproximação ou por retardo após o impacto, sendo que essas opções são configuráveis na hora do lançamento, que é feito pelos tubos de torpedos do Submarino. O outro míssil que será operado pelo Barracuda é o moderníssimo míssil SCALP N (Naval) desenvolvido pela MBDA. O Scalp N é similar ao famoso míssil norte americano Tomahawk e terá um alcance de 1000 km e usa o sistema Tercom para guiagem. A ogiva do Scalp N será a BROACH capaz de destruir alvos reforçados como bunkers e edificações.

Sensores
O sistema de sonar do Barracuda será desenvolvido pela Thales Underwater Systems e será composto por um sonar rebocado e por um sonar de casco de grande abertura.
O Barracuda contará, também, com um sistema de gerenciamento de combate chamado SYCOBS desenvolvido pela DCN em parceria com a Thales. Este sistema integra os dados recebidos pelos sonares e outros sistemas de sensores como o periscópio eletrônico, radar ou sensores de outros sistemas externos como aeronaves de patrulha, navios de superfície e de satélites e apresenta esses dados de forma fácil para os operadores do submarino para que se possam tomar as providencias tática necessária para se lidar com o cenário apresentados.
É interessante notar que esse sistema foi instalado no ultimo submarino estratégico da classe Lê Triomphant, o Terrible.

Principais Características
Tipo:                 Submarino de ataque nuclear
Deslocamento: 4.765 t a tona 
                                5.300 t submerso
Comprimento:       99,4 m (326 pés)
Boca:                8,8 m (28,9 ft)
Calado:                7,3 m (24,0 ft)
Decks:                2
Propulsão:             Um reator nuclear Type K-15, 150MW com 40000 Hp. Propulsão de emergência é feita por 2 motores diesel elétrico SEMT-Pielstick de 480 KW. A hélice usada para impulsionar o submarino será substituída pelo sistema de jato de água que permite uma navegação muito mais silenciosa
 Velocidade:      14 nós (26 km / h) a tona
                             25 nós (46 km / h) submerso
Autonomia:      alcance ilimitado, 10 anos (nuclear) 
                             50 dias de alimentos  
Tripulação:      12 oficiais, 48 suboficiais + 15 soldados para operações especiais
Sensores e sistemas de processamento: SYCOBS
Armamento:           4 Tubos para torpedos de 533 mm para torpedos Black Shark, mísseis SM-39 Exocet, mísseis de cruzeiro SCALP N. Ao todo são transportados 20 unidades dos torpedos e mísseis em um mix que variará de acordo com a necessidade da missão.





Imagem Campo de Batalha Naval, Vídeo You Tube.

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